Se fosse comigo
Monday, September 24, 2007
  mudança
mudou para http://sefossecomigo.wordpress.com
 
Tuesday, September 04, 2007
  Ops!
Aviso: caso qualquer jornalista, de A TARDE ou outro veículo, queira escrever um artigo opinativo sobre qualquer tema e não tenha um espaço para publicá-lo este blog Se fosse comigo (bem como o site www.ocronista.net) se coloca, modestamente, à disposição. A audiência não é grande, mas há liberdade de expressão


Do site Política Livre, de Raul Monteiro
04/09/2007


"O tempo fechou agora há pouco na redação de A TARDE. Sylvio Simões, um dos diretores do periódico, apontado como representante majoritário da empresa, teria repreendido em público o editor-chefe do jornal, Florisvaldo Matos, por conta da demissão do editorialista Vitor Hugo Soares, ocorrido ontem, sob motivação ainda não esclarecida.

De acordo com jornalistas que presenciaram a cena, Simões, demonstrando irritação, teria dito a Florisvaldo que fora surpreendido com a notícia da demissão de Vitor Hugo Soares. A discussão ocorreu na “sala do cafezinho”, como é conhecido o espaço comum entre a direção e a redação onde fica a copa.

O diretor do jornal chegou a declarar que Florisvaldo poderia também se desligar da empresa e ameaçou não participar de um evento programado para hoje na sede do periódico, com a presença de uma autoridade de fora, caso o editor-chefe se faça presente. Ao término da discussão, jornalistas que testemunharam o episódio pediram ao diretor explicações sobre o ocorrido.

Já de saída da empresa, Simões confirmou o que havia dito a Florisvaldo, mas não falou sobre o retorno de Vítor ao jornal. O que continua causando espanto aos jornalistas de A TARDE é que Vítor tenha sido demitido sem o conhecimento do diretor, como a discussão deixou transparecer, depois das tentativas de explicação dadas para o caso ontem na redação pelo editor-chefe e o ”coordenador de conteúdos”, Ricardo Mendes"


comentário do blogueiro:


Dessa vez, eu não tenho nada a ver com isso!
Eu não seria tão...leviano
 
Monday, June 04, 2007
  Vício Cultural
Vika Guerreiro

Há quem fale que o vício é algo pessoal, um defeito grave, um costume nocivo. Em Salvador ele é tudo isto e algo mais. É um fenômeno coletivo quando se trata do ingresso no cenário alternativo e underground. A cena é fraca e além de todas as dificuldades já conhecidas, como o baixo poder aquisitivo local, observamos mais um agravante: os “não pagantes” ou, se preferir atenuar, os “convidados da lista ”, que são contribuintes ferrenhos para a desqualificação dos eventos musicais.

O público alternativo se acostumou a não pagar nos eventos locais. Como em uma boa aldeia, todos se conhecem, nem que seja de “vista”, e isto se constitui num passaporte para shows. Ter amigos músicos, artistas atuantes que “bombam”, realmente é maravilhoso, principalmente quando acompanhamos esta trajetória. Mas daí a essa relação se tornar um passe livre obrigatório para todas as apresentações é demais... Talvez o bacana fosse pensar que o entretenimento de quem vai aos shows é o trabalho do amigo!

O curioso é que isso não acontece com atrações de fora. O empenho é outro, mesmo com o valor muito mais alto. Essa conjuntura ajuda a degradar de forma escusa e silenciosa a prata da casa. O engano está em querer investir o dinheiro da entrada em bebidas. Quem sai ganhado é somente o dono do espaço, que, na maioria dos casos, é também o dono do bar. Na verdade, quem mais sofre é o próprio público que cada vez mais se depara com eventos sem infra-estrutura, o que reflete na qualidade musical, sonora e dos espaços, pois esses eventos necessitam, sim, (acreditem!) de produção, de aluguel de equipamentos, de profissionais para a montagem, de transporte etc,etc.

Enfim, custos que determinam a qualidade de cada espetáculo e que são primordiais para realização de eventos “de responsa”. Geralmente o valor das entradas (quase irrisório) é revertido no custeio das etapas de pré-produção, além do cachê dos músicos. Esse comportamento “sugatório” acontece porque o público não tem grana ou não acredita no nosso cenário musical? Prestígio é bom, prestigiar é melhor ainda.

Vika Guerreiro é cantora e relações-públicas, além de sofrer com pedidos de ingressos “na moral”
 
Monday, December 18, 2006
  O caso do jornalista da Globo
O que fazer com um jornalista suspeito de envolvimento com organizações criminosas? Quando um dos seus repórteres foi apontado pelo Ministério Público como possível integrante de um esquema de corrupção envolvendo a máfia de caça-níqueis, as Organizações Globo agiram rapidamente. Antes que a notícia fosse explorada por outros veículos de comunicação, as empresas jornalísticas do grupo informaram aos seus leitores o que estava acontecendo e publicizaram o nome do jornalista, deixando claro que não havia nada provado contra ele e que, por isso, a TV Globo aceitou o pedido de licença feito pelo seu funcionário, a fim de que ele pudesse fazer a sua defesa e provar a sua inocência, como sustentava. A informação foi ao ar na internet pelo portal G1, na sexta, dia 15 de dezembro.
Passado o final de semana, com a apresentação de fitas gravadas contendo conversas do jornalista com pessoas da máfia, e a acusação - feita pelo MP - de que o repórter estaria recebendo propina dos donos de caça-níqueis a fim de produzir matérias que beneficiassem o grupo e prejudicassem seus rivais, o Jornal Nacional publicou o material disponível e informou que entre os acusados estava um dos jornalistas da emissora. Após a exibição da reportagem, o âncora William Bonner disse que caberia à Justiça avaliar se o jornalista era culpado ou não, mas que ele havia quebrado os códigos de ética da emissora e que, por isso, foi demitido. Na mesma noite, o G1 publicava novos elementos da matéria, informando que o jornalista negava as acusações.
Independente do que a Justiça decida a respeito da conduta do jornalista, a situação chegou a um ponto em que a Globo quis deixar bem claro que não compactuava com o crime. De fora, é difícil saber se quando a emissora resolveu divulgar o nome do profissional, na sexta-feira, tinha já informações que não deixavam dúvidas sobre o seu envolvimento. Se o nome do jornalista foi publicado enquanto ele ainda contava com algum apoio formal da emissora, ao menos para se defender, a demissão veio quando as gravacões tornaram o comportamento do jornalista insustentável aos olhos da emissora. O texto de Bonner deixou claro que a Globo não arriscaria a sua credibilidade. Para a empresa, mais importante do que a atitude supostamente criminosa de um funcionário foi a atitude que a organização tomaria em relação a crime supostamente cometido por alguém da casa.
 
Friday, November 24, 2006
  Caráter, releases e plágio
O que fazer com um jornalista que reconhecidamente se apropriou de textos alheios e os publicou como seus? Em grandes jornais do planeta, o respeito às leis de direitos autorais e os códigos internos de ética jornalística levam repórteres e editores a perder o emprego, de forma voluntária ou compulsória. Em um dos casos mais ilustres, o poderoso The New York Times reconheceu em suas páginas que matérias escritas, ao longo de anos, pelo jornalista Jayson Blair continham algumas informações plagiadas e outras simplesmente inventadas. Em 2003, com a descoberta de seus crimes, Blair foi obrigado a pedir demissão.
Na semana passada, um jornal baiano publicou errata na sua página dois informando que dois textos assinados por um de seus repórteres na verdade haviam sido escritos por um oficial da Marinha Brasileira e publicados, no início do corrente ano, em um informativo da instituição. Surpreendido pela usurpação de seu trabalho, o oficial procurou a redação do jornal pedindo, tão somente, que lhe fosse dado o devido crédito. Resolvida a demanda do autor original dos textos, voltamos à pergunta inicial: o que fazer com o jornalista? Segundo o Código Penal, artigo 184, o crime contra o direito autoral prevê aplicação de multa ou prisão de três meses a um ano. De acordo com o Aurélio, plagiar significa "assinar ou apresentar como seu obra de outrem, imitar trabalho alheio". Diferentemente do NYT, o jornal baiano preferiu manter o repórter em seus quadros, dando-se por satisfeito com a publicação da errata.
Na ânsia de defender o jornalista acusado de plágio, alguns (poucos) de seus colegas argumentam que ele não é o único jornalista da casa a incorrer em erro. Para isso, tentam lançar na vala comum atitudes díspares, como a deficiência de apuração no trabalho de um repórter, a publicação de releases (os textos enviados às redações pelas assessorias de imprensa) e os casos de plágio.
Transcrever erroneamente uma declaração concedida por uma fonte porque não entendeu direito o que foi dito e não houve tempo (ou disposição) para refazer a pergunta é um erro profissional sério, que pode ser rotulado como preguiça, negligência ou incompetência. Em casos extremos, pode levar à demissão, se assim considerar necessário a chefia ou o dono do jornal em que trabalha.
Mas esse tipo de erro não pode ser comparado, nem de longe, à prática de jornalistas que distorcem deliberadamente declarações de fontes para que essas se encaixem na linha de pensamento adotada pelo autor da matéria. Ou do recebimento de benefícios pessoais, como almoços e presentes oferecidos em troca de textos elogiosos, sonegação de informações que prejudiquem seus negócios pessoais, escalação de repórteres dóceis para a cobertura de eventos promovidos por assessorias de imprensa ligadas a jornalistas da casa. Isso é falta de caráter.
O uso de releases (como informação publicada) pelos jornais é um delito grave. Contra o leitor. Quem compra um jornal nas bancas ou recebe em casa o seu exemplar de assinatura espera, em tese, que as informações e conceitos emitidos pelo periódico de sua preferência sejam fruto da observação e da experiência cotidiana dos seus repórteres. Nunca de uma idéia concebida por quem faz assessoria de imprensa. Ao leitor, não interessa se o jornalista recebeu uma cortesia para almoçar em um restaurante caríssimo. Ele quer saber se a peça de teatro que ele pretende assistir vale a pena, se a implantação de uma fábrica na sua cidade vai melhorar ou não sua vida, se o prefeito está agindo corretamente ao liberar barracas na areia da praia. Assessores de imprensa nunca vão reclamar da publicação literal de seus textos. Isso é tudo o que querem.
Mas quando o jornalista ultrapassa o limite do plágio, afeta não apenas a credibilidade de um jornal junto aos seus leitores ou a honra de seus colegas de redação, que passam a ser julgados pelas fontes sob a mesma ótica do plagiador. Ele passa a roubar. Toma como seu um trabalho que foi desenvolvido por outro. Jornais que prezam pela sua credibilidade não podem ser lenientes com quem comete crime autoral. É um péssimo exemplo para quem está saindo das faculdades e viu colegas levando zero dos professores por terem copiado trabalhos da internet.
 
Wednesday, November 22, 2006
  O jornalista que copiava
Trabalho no Maior Jornal do Norte e Nordeste do Brasil (MJNNB) há quase cinco anos e já escrevi sobre economia, política, empregos, automóveis, cultura, internacional, geral, Brasil, enfim, quase todas as editorias. Minhas matérias sempre foram muito elogiadas por colegas e leitores, mas eu nunca fui promovido. Continuo ganhando como um repórter em início de carreira. Essa semana, me ocorreu que não vale a pena me esforçar para fazer bons textos, já que aparentemente eu posso escrever qualquer absurdo e continuar empregado no Maior Jornal do Norte e Nordeste.
Esse pensamento me ocorreu depois que o MJNNB publicou, no sábado, dia 18 de novembro, uma errata, reconhecendo que metade de uma matéria escrita por um repórter especial (que ganha quase o dobro do meu salário), sobre o Rio São Francisco, havia sido copiada de um informativo publicado pela Marinha do Brasil no ano anterior. O repórter viajou para o interior, com direito a caixinha "e as porra", e voltou com o texto pronto de outra pessoa e o publicou, sem mudar uma vírgula. A farsa foi descoberta porque o oficial da Marinha, que escreveu o texto quando ainda servia no Rio de Janeiro, agora trabalha no setor de comunicação social do II Distrito Naval e tem por costume ler diariamente os jornais.
O oficial foi até a redação com o texto original em mãos e o mostrou aos editores do MJNNB. A partir daí, foi feita uma busca na internet e se comprovou que o repórter copia há anos textos de assessorias de imprensa, bulas de remédio e receitas de bolo. O jornal publicava os textos como se fossem de seu funcionário e, não raro, as matérias viravam manchete. Dessa vez, ao invés de navegar na internet para pescar matérias prontas, o repórter mergulhou de cabeça no universo dos marinheiros.
Com todas as provas reunidas pelo MJNNB, pensei comigo: agora o jornal vai tomar uma providência! Ainda mais depois de ter pago R$ 600 mil por ter publicado em 1997, sem a autorização do autor, uma foto totalmente descartável de um artista plástico, além de ser obrigado a republicar a foto na capa, com os devidos créditos, cumprindo decisão judicial.
Ledo engano, o repórter especial do MJNNB recebeu da direção do jornal uma segunda chance, depois de ter chorado "copiosamente" (não resisti ao trocadilho) e dito que isso não se repetiria nunca mais. Eram, digamos, águas passadas.
Como não vejo a possibilidade de receber uma promoção, estou pensando em sugerir ao MJNNB a criação de uma editoria CTRL C/CTRL V, para os momentos de aperto. Eu mesmo estou me escalando para o serviço. a nova editoriaI poderia ser de grande valia para uma empresa que não gosta de pagar hora extra. Se não dá para entrevistar uma fonte antes do final do turno de trabalho, recorre-se a uma matéria clonada. O jornal poderia contratar, inclusive, o ex-jornalista do New York Times, Jason Blair, para copiar textos em inglês. Será que vai colar?
 
Friday, October 20, 2006
  Brasileiro, ilegal
Nem dá para acreditar. Estou acomodado em uma mesa enorme, com um computador ultramoderno e tenho o dia inteiro para surfar pela internet, ouvir música e contar a meus amigos por e-mail a sorte que eu tive. Há quatro meses, eu ganho a vida nos Estados Unidos procurando sites interessantes em português e escrevendo pequenas sinopses sobre eles. Esses resumos servem para ajudar os internautas do Brasil e de outros países lusófonos a decidir se entram ou não em uma determinada página virtual. Ganho US$ 2.500 dólares por mês para fazer isso e ainda trabalho com gente de diferentes partes do planeta. Japoneses, coreanos, franceses, estadunidenses e muitos latino-americanos, que fazem o mesmo trabalho em diferentes idiomas.
Toda sexta-feira tem happy-hour na copa, com pizza e cerveja à vontade. Às vezes, chega um aviso interno de que tem sorvete ou bagles, um pão delicioso que ele comem por aqui, e sai todo mundo correndo para lá. É uma festa. E tem Kristin, uma gata inacreditável do Maine, que sempre passa sorrindo em frente à minha mesa. Estou caidinho por ela. Jamais conseguiria um trabalho assim no Brasil, tenho certeza. Quem me indicou para o cargo foi uma amiga argentina que trabalha para o time que escreve em espanhol. Ela ficou sabendo que abririam uma vaga para português do Brasil e me deu o toque. Eu só tinha duas semanas nos Estados Unidos e, com meu inglês precário não poderia trabalhar nem como garçom. Essa foi a segunda possibilidade de emprego que apareceu. A primeira veio logo na semana em que cheguei, um empresário paulista que me conheceu numa festa me ofereceu uma vaga na construçãõ civil. O trabalho era ainda mais bem remunerado, mas eu não aceitei simplesmente porque meu físico não recomenda esse tipo de atividade. Logo depois veio o paraíso em forma de ocupação profissional.
Mas nem tudo são flores. Para conseguir esse emprego tive que comprar um greencard falso por US$ 100 nas mãos dos mexicanos. Isso já é um drama em si para um cara que no Brasil sempre foi certinho e se recusa a sair mais cedo do trabalho e pedir que um colega bata o seu cartão de ponto. Os meus princípios até que podiam ser postos em segundo plano, se junto não viesse a paranóia. Vivo diariamente com a sensação de que vou ser descoberto e preso. Meu medo não é propriamente ser preso, mas acabar na base de Guantánamo, acusado de conspirar contra os Estados Unidos. Exagero, não? Outro dia fui pescar com uns amigos em uma cidade vizinha e depois que entrei no carro soube que um deles era um policial de férias na cidade. Entrei em pânico. Na semana passada, quase tive um infarto no trabalho, quando um rapaz passou pela minha mesa e largou um papel em que se lia "Migration 2006". Imediatamente olhei ao redor para ver se estava sendo vigiado. Por três segundos, pensei em sair correndo ou avaliar como me defenderia legalmente. Até que olhei para o papel atentamente e percebi que se tratava de uma mudança no sistema operacional do Microsoft Windows. Ufa.
Essa tensão permanente tem ofuscado as coisas maravilhosas que me aconteceram aqui. A maioria das pessoas com quem convivo não sabe da minha história, embora seja uma prática comum. É que quem sabe da falsificação e não denuncia ao governo também pode ser processado. Quem sabe da situação tenta me tranquilizar, dizendo que muita gente está na mesma. Uma amiga tem me aconselhado a me casar com alguém e ficar por aqui. Mas não tenho certeza se quero morar para sempre nos Estados Unidos. Pensei em ficar por um tempo até juntar dinheiro e voltar para o Brasil. Mas com essa pressão na cabeça, estou tentado a voltar dentro de dois meses, antes que vença meu visto de turista.
 
Palpites sobre sexo, amizade e trabalho

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Location: Salvador, Bahia, Brazil

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