Se fosse comigo
Monday, December 18, 2006
  O caso do jornalista da Globo
O que fazer com um jornalista suspeito de envolvimento com organizações criminosas? Quando um dos seus repórteres foi apontado pelo Ministério Público como possível integrante de um esquema de corrupção envolvendo a máfia de caça-níqueis, as Organizações Globo agiram rapidamente. Antes que a notícia fosse explorada por outros veículos de comunicação, as empresas jornalísticas do grupo informaram aos seus leitores o que estava acontecendo e publicizaram o nome do jornalista, deixando claro que não havia nada provado contra ele e que, por isso, a TV Globo aceitou o pedido de licença feito pelo seu funcionário, a fim de que ele pudesse fazer a sua defesa e provar a sua inocência, como sustentava. A informação foi ao ar na internet pelo portal G1, na sexta, dia 15 de dezembro.
Passado o final de semana, com a apresentação de fitas gravadas contendo conversas do jornalista com pessoas da máfia, e a acusação - feita pelo MP - de que o repórter estaria recebendo propina dos donos de caça-níqueis a fim de produzir matérias que beneficiassem o grupo e prejudicassem seus rivais, o Jornal Nacional publicou o material disponível e informou que entre os acusados estava um dos jornalistas da emissora. Após a exibição da reportagem, o âncora William Bonner disse que caberia à Justiça avaliar se o jornalista era culpado ou não, mas que ele havia quebrado os códigos de ética da emissora e que, por isso, foi demitido. Na mesma noite, o G1 publicava novos elementos da matéria, informando que o jornalista negava as acusações.
Independente do que a Justiça decida a respeito da conduta do jornalista, a situação chegou a um ponto em que a Globo quis deixar bem claro que não compactuava com o crime. De fora, é difícil saber se quando a emissora resolveu divulgar o nome do profissional, na sexta-feira, tinha já informações que não deixavam dúvidas sobre o seu envolvimento. Se o nome do jornalista foi publicado enquanto ele ainda contava com algum apoio formal da emissora, ao menos para se defender, a demissão veio quando as gravacões tornaram o comportamento do jornalista insustentável aos olhos da emissora. O texto de Bonner deixou claro que a Globo não arriscaria a sua credibilidade. Para a empresa, mais importante do que a atitude supostamente criminosa de um funcionário foi a atitude que a organização tomaria em relação a crime supostamente cometido por alguém da casa.
 
Comments:
o caso do jornalista da Globo é emblemático, como ocasião na qual o repórter ultrapassa as fronteiras da ética e da moralidade, e acaba se tornando um bandido. Esperemos que a Globo tenha uma postura que vá além da demissão, mas que compreenda auditoria e revisão nas matérias realizadas pelo repórter. Esta poderia ser a medida mais efetiva a ser tomada após o desligamento do cargo.
 
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